quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Rãzinha Verde


Fico sempre emocionado, quando leio ou acho perdido em algum texto, fragmentos de Mario Quintana! Rãzinha verde foi meu primeiro contato com a poesia, nunca imaginei que uma frase ou jogo de palavras, pudessem passar sentimentos, de uma maneira tão doce tão perto da realidade! Não sou um entendido, nem tenho pretensão de fazer algum comentário que tenha relevância acadêmica, mas leigo que sou, achei o Maximo. Alegria franciscana, por exemplo, me lembra a alegria honesta, sem pretensão, verdadeira de São Francisco pelos animais. Alguém pode usar outras palavras pra dizer melhor isso? Aliás, provavelmente sim, pois quanto mais eu leio, mais eu descubro minha pequenez neste mundo pois, à tantas coisas maravilhosas, ao nosso redor, e só percebemos pela mão do artista! Foi esta forma de expressar sentimento e dizer as coisas, que me chamou atenção. Coloco agora, esta maravilha, para que você também possa degustar a beleza que se esconde em poucas frases.

Rãzinha Verde

Rãzinha verde, tu nem sabes quanto
Foi bem que eu te quis, ao encontrar-te...
Tu me deste a alegria franciscana
De não fugires ao sentir meu passo.
Tão linda, tão magrinha, pele e ossos,
Decerto ainda nem comeras nada...
Minha pequena bailarina pobre!
Se eu fosse bicho... sabe lá que tantos,
Que verdes amores seriam os nossos...
Mas, se fosses gente, iríamos morar,
Sob um céu oblíquo de água-frutada,
Um céu cara a cara – só nosso
E aonde apenas chegasse o canto das cigarras
E o vago marulho do mundo afogado...



Mário Quintana

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